segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Os Vampiros do Século XXI ou o Socialismo Moderno.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) está a enviar aos seus clientes mais modestos uma circular que deveria fazer corar de vergonha os administradores - principescamente pagos - daquela instituição bancária.

A carta da CGD começa, como mandam as boas regras de marketing, por reafirmar o empenho do Banco em oferecer aos seus clientes as melhores condições de preço/qualidade em toda a gama de prestação de serviços, incluindo no que respeita a despesas de manutenção nas contas à ordem.

As palavras de circunstância não chegam sequer a suscitar qualquer tipo de ilusões, dado que após novo parágrafo sobre racionalização e eficiência da gestão de contas, o estimado/a cliente é confrontado com
a informação de que, para continuar a usufruir da isenção da comissão de despesas de manutenção, terá de ter em cada trimestre um saldo médio superior a EUR1000, ter crédito de vencimento ou ter aplicações
financeiras associadas à respectiva conta. Ora sucede que muitas contas da CGD, designadamente de pensionistas e reformados, são abertas por imposição legal. É o caso de um reformado por invalidez e quase septuagenário, que sobrevive com uma pensão de EUR243,45 - que para ter direito ao piedoso subsídio diário de EUR 7,57 (sete euros e cinquenta e sete cêntimos!) foi forçado a abrir conta na CGD por determinação expressa da Segurança Social para receber a reforma.

Como se compreende, casos como este - e muitos são os portugueses que vivem abaixo ou no limiar da pobreza - não podem, de todo, preencher os requisitos impostos pela CGD e tão pouco dar-se ao luxo de pagar despesas de manutenção de uma conta que foram constrangidos a abrir para acolher a sua miséria. O mais escandaloso é que seja justamente uma instituição bancária que ano após ano apresenta lucros fabulosos e que aposenta os seus administradores, mesmo quando efémeros, com «obscenas» pensões (para citar Bagão Félix), a vir exigir a quem mal consegue sobreviver que contribua para engordar os seus lautos proventos. É sem dúvida uma situação ridícula e vergonhosa, como lhe chama o nosso leitor, mas as palavras sabem a pouco quando se trata de denunciar tamanha indignidade. Esta é a face brutal do capitalismo selvagem que nos servem sob a capa da democracia, em que até a esmola paga taxa. Sem respeito pela dignidade humana e sem qualquer resquício de decência, com o único objectivo de acumular mais e mais lucros, eis os administradores de sucesso.
Cidadania é demonstrar esta pouca vergonha que nos atira para a miserabilidade social.

Este tipo de comentário não aparece nos jornais, tv's e rádios....Porque será???

2 comentários:

Unknown disse...

olha eu sobre ests nem sei o que dizer...estou estupefacto com a habilidade destes "banqueiros do povo" é pena não haver um único meio de informação sério ,que faça compreender isto ás pessoas

Anónimo disse...

Vim visitar este blog devido à informaçao deixada num dos comentários feitos no Destak sobre o nosso clube. Tentei entrar no outro blog mas é só para convidados. Com que então uma portista que sabe desarmar sem insultar.Sou setubalense e só portista (há quem seja do clube da terra e doutro que possa ganhar campeonatos) por influência do meu pai que era de Castro Daire.
Comecei a ser portista no tempo do Carlos Duarte, Hernani, Jaburu, Perdigão, Miguel Arcanjo Pourcel, Pinho, não tenho a certeza se o Monteiro da Costa, o Pedroto e o Virgílio faziam parte dessa equipa. A equipa mais fabulosa que vi jogar, pelo menos tinha um futebol mais delicado do que a equipa do Benfica nos tempos do Eusébio.
Saudações portistas